Riscos e impacto dos inibidores da enzima conversora de angiotensina ou bloqueadores dos receptores de angiotensina na infecção por SARS-CoV-2 em adultos

Hussin A. Rothana, Siddappa N. Byrareddy

Riscos e impacto dos inibidores da enzima conversora de angiotensina ou bloqueadores dos receptores de angiotensina na infecção por SARS-CoV-2 em adultos

Katherine Mackey, Valerie J. King, Susan Gurley, Michael Kiefer, Erik Liederbauer, Kathryn Vela, Payten Sonnen e Devan Kansagara

Ann Intern Med. 2020;10.7326/M20-1515. doi:10.7326/M20-1515

Sumário

Background:
O papel dos inibidores da enzima de conversão da angiotensina (inibidores da ECA) e dos bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) na suscetibilidade, gravidade e tratamento da doença COVID-19 não é claro.

Objetivo:
Avaliar, de forma contínua, se o uso de IECA ou BRA aumenta o risco de infecção por síndrome respiratória aguda grave por coronavírus 2 (SARS-CoV-2) ou está associado a piores resultados da doença COVID-19, e avaliar a eficácia desses medicamentos para o tratamento da COVID-19.

Fontes de dados:
MEDLINE (Ovid) e Cochrane Database of Systematic Reviews de 2003 a 4 de maio de 2020, com vigilância planejada em andamento por 1 ano; o banco de dados da Organização Mundial da Saúde de publicações sobre a COVID-19 e medRxiv.org em 17 de abril de 2020; e ClinicalTrials.gov até 24 de abril de 2020, com vigilância planejada em andamento.

Seleção do estudo:
Estudos observacionais e ensaios em adultos que examinaram as associações e efeitos dos IECA ou BRA no risco de infecção por SARS-CoV-2 e na gravidade e mortalidade da doença COVID-19.

Extração de dados:
Abstração de um único revisor confirmada por outro revisor, avaliação independente por 2 revisores da qualidade do estudo e avaliação coletiva da certeza da evidência.

Síntese de dados:

  • Dois estudos de coorte retrospectivos descobriram que o uso de IECA e BRA não estava associado a um aumento na probabilidade de receber um resultado positivo no teste SARS-CoV-2.
  • 1 estudo caso-controle não encontrou associação com a doença COVID-19 em uma grande comunidade (evidência de qualidade moderada).
  • Quatorze estudos observacionais, envolvendo um total de 23 adultos com COVID-565, mostraram evidências consistentes de que nenhum dos medicamentos estava associado à doença mais grave da COVID-19 (evidência de alta qualidade).
  • Quatro ensaios randomizados registrados planejam avaliar IECA e BRA para o tratamento da COVID-19.

Limitação:
Metade dos estudos eram pequenos e não ajustaram variáveis ​​de confusão importantes.

Conclusão:
Evidências de alta qualidade sugerem que o uso de IECA ou BRA não está associado à doença mais grave por COVID-19, e evidências de qualidade moderada sugerem que não há associação entre o uso desses medicamentos e resultados positivos de testes. pacientes. Ainda não se sabe se esses medicamentos aumentam o risco de doença leve ou assintomática ou se são benéficos no tratamento da COVID-2.